Minha jangadinha é bem feinha |
Não são raros os casos de cadeirantes que ficam
meses sem sair de casa. Tem outros que só saem para ir ao médico ou ao Hospital
Sarah, pois o ambiente tem mais a ver com um cadeirante. Também não é incomum
ouvir histórias de pessoas que ficaram meses, ou até anos na cama, pois não
aceitaram a cadeira de rodas. Afinal, qual o problema desse povo?
Há os motivos pessoais ou até psicológicos, mas
muitas vezes o motivo é a vergonha da cadeira de rodas. Não exatamente de estar
em uma cadeira de rodas, mas pelo fato de uma cadeira de rodas ser um objeto
feio, esquisito e sem estilo. Como muita gente pensa, a vaidade não vai embora
porque a pessoa vira cadeirante. Como todo mundo, a gente continua gostando de
se sentir bonito, de estar na moda e de se vestir bem.
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Que tal uma corzinha? Nem tanto, né... |
Como a cadeira passa a ser um complemento
constante do nosso corpo, devemos parar para pensar o quanto é importante se
sentir bem com a aparência dela. E tudo começa pelo modelo. Convenhamos que as
cadeiras dobráveis, tipo duplo X, são bem feinhas, mas podem ser melhoradas. A
primeira coisa que pode mudar é a cor. O mais comum é o cinza claro, padrão
destes modelos. Não tem porque manter ela na cor original, se você gosta de
vermelho, mande pintar de vermelho. Se gosta de azul, a mesma coisa. É uma coisa
simples, mas dá outro visual. Tem gente que não gosta, prefere o cinza
justamente para passar despercebido, já que a cor chama a atenção. Acontece que
passar despercebido em uma cadeira de rodas é impossível. Então, porque não
colocar uma corzinha? Claro que não precisa pintar um arco íris na bichinha, mas
escolher uma cor que combine mais com a pessoa cai bem.
As monobloco tem design mais "limpo" |
Os modelos monobloco são bem mais bonitos,
independente da cor. O design mais limpo, com menos ferros à mostra, é bem mais
belo do que as dobráveis. E elas geralmente são disponíveis em várias cores,
metálicas ou sólidas. Mas elas costumam ser um pouco menos confortáveis, já que
geralmente não tem braços, mas acho que isso é questão de adaptação. Hoje eu não
sinto muita diferença. Além do design, a facilidade em desmontar ajuda muito no
dia a dia.
Além da cor, o encosto rígido que geralmente
vem nas monobloco permite ainda aplicar um adesivo e personalizar ainda mais a
cadeira. Nas cadeiras de mulheres, que tem ainda mais vaidade, fica bem bacana,
dá até um certo charme. Há vários modelos, os mais comuns são os de borboletas,
acho uma gracinha. Ainda mais que a borboleta é o símbolo da transformação, o
que agrega ainda mais como simbologia. A da foto abaixo é da Tuigue, do blog Muletas Cor-De-Rosa.
Com adesivo fica um charme |
Outra coisa que compõe bastante o visual de uma
cadeira são as rodas. As que tem três ou cinco raios dão uma grande diferença no
visual. As mais famosas são as X-core, que uso na minha
cadeira, mudam completamente o visual. Ainda mais nas monobloco, no caso da
minha, uma M3, acho bem bonito o desenho do eixo traseiro em alumínio, que fica
aparente com essas rodas. Há também as de magnésio com três raios, também muito
bonitas.
Enfim, não há porque ter vergonha da cadeira de
rodas. Já que é impossível sair sem elas, que tenham a nossa cara e nos dê mais
prazer em sair de casa. Porque, convenhamos, ficar dentro de casa todo dia não
tá
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