quinta-feira, 14 de junho de 2012

Entrada do Rio Othon Palace
No último fim de semana tive duas árduas tarefas: ir um casamento no sábado e um aniversário no domingo no Rio de Janeiro. O drama na hora de um cadeirante viajar é sempre a busca pelo melhor hotel, ou melhor, pelo hotel com quarto bem adaptado, que tenha as medidas adequadas e os equipamentos necessários a uma boa estada.
Costumo procurar hotéis adaptados pelo site Booking.com, que permite selecionar somente hotéis com quarto adaptado depois de escolhida a cidade. Depois que faço a seleção e identifico um hotel bem localizado (mais próximo de onde vou ou de pontos turísticos) e com bom preço, ligo para lá e busco mais informações sobre a estrutura do quarto adaptado focando, principalmente, no banheiro. E nele que são dadas as maiores mancadas pelos hotéis, como o Tryp de Brasília, que me causou um queda.
Fiz a costumeira pesquisa e tive uma grata surpresa. Um hotel cinco estrelas, o Rio Othon Palace, estava com preços promocionais. Mais barato do que hotéis inferiores. Como nunca havia ido lá, liguei para saber como eram as adaptações e se o hotel fornecia cadeira de banho para deficiente. Falei com essas palavras e o atendente me disse que sim, havia cadeira de banho adequada. Sendo assim, reservamos.
A rampa na entrada tem boa inclinação
Fomos no sábado e chegamos no hotel por volta de duas e meia, mas o check-in só poderia ser feito às 15hs. Tudo bem, é regra, mas poderiam abrir uma exceção para um cadeirante quebrado de viagem. Pelo menos o hall do hotel tem sofás confortáveis, apesar de baixos, mas não atrapalha a transferência. Nos chamaram e subimos para o quarto 804.
Essa cadeira NÃO é para cadeirantes
Chegando ao quarto, fui direto para o banheiro conferir a cadeira. E mais uma vez fiquei decepcionado: a cadeira não é adequada para cadeirantes. É uma cadeira para idosos, que podem se levantar e sentar nele, igual ao do hotel de Brasília. Mas como eu estava com a Gi, nem reclamei, pois ela poderia me ajudar nas transferências. Porém, fica a dica, gerentes e proprietários de hotel: essa cadeira NÃO é adequada para cadeirantes. Nós precisamos escorregar a bunda até a cadeira, por isso o braço DEVE ser removível. O correto, correto mesmo, seria e adquirir uma cadeira de banho com rodas grandes, que permitem ao deficiente se locomover sozinho. Outra coisa, o banheiro tem um pequeno degrau, que é facilmente superado com uma cadeira de rodas, mas para aquela cadeira de banho de rodas pequenas, torna-se um empecilho. Desnecessário. Mas fora esses "detalhes", o banheiro conta com muitas barras, chuveirinho e pia vazada.
Duas camas juntas e o interruptor de pedal ao fundo
Mas as decepções não acabaram aí. Tiveram que juntar duas camas de solteiro para dormirmos juntos, pois não há quarto de casal adaptado. Será que eles pensam que os deficientes sempre andam com um(a) ajudante, e não com o companheiero(a)? Bola fora. Mas o absurdo foi o mesmo encontrado no Tryp de Brasília: a luminária de canto fica muito no canto e o interruptor... é de pedal. Isso mesmo, acende quando a pessoa PISA no interruptor. Será possível que esses caras não percebem que um cadeirante não pisa??
Piscina com uma belíssima vista de Copacabana
Bem vou falar agora das coisas boas. O café da manhã é ótimo, com direito a vista do mar. O terraço, no 30º andar, tem uma bela piscina e uma vista espetacular. A comida do bar da piscina e do restaurante, é divina. Tomar um sol, ou uma cerveja no fim da tarde, é uma delícia! Aproveitamos bastante. Mas só recomendo se eles trocarem a cadeira de banho. E a luminária, claro.

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