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Entrada do Rio Othon
Palace |
No último fim de semana tive duas árduas
tarefas: ir um casamento no sábado e um aniversário no domingo no Rio de
Janeiro. O drama na hora de um cadeirante viajar é sempre a busca pelo melhor
hotel, ou melhor, pelo hotel com quarto
bem adaptado, que tenha as
medidas adequadas e os equipamentos necessários a uma boa estada.
Costumo procurar hotéis adaptados pelo site
Booking.com, que permite selecionar somente
hotéis com quarto adaptado depois de escolhida a cidade. Depois que faço a
seleção e identifico um hotel bem localizado (mais próximo de onde vou ou de
pontos turísticos) e com bom preço, ligo para lá e busco mais informações sobre
a estrutura do quarto adaptado focando, principalmente, no banheiro. E nele que
são dadas as maiores mancadas pelos hotéis, como o
Tryp
de Brasília, que me causou um queda.
Fiz a costumeira pesquisa e tive uma
grata surpresa. Um hotel cinco estrelas, o
Rio Othon
Palace, estava com preços promocionais. Mais barato do que hotéis
inferiores. Como nunca havia ido lá, liguei para saber como eram as adaptações e
se o hotel fornecia cadeira de banho para deficiente. Falei com essas palavras e
o atendente me disse que sim, havia cadeira de banho adequada. Sendo assim,
reservamos.
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A rampa na entrada tem boa
inclinação |
Fomos no sábado e chegamos no hotel por
volta de duas e meia, mas o check-in só poderia ser feito às 15hs. Tudo bem, é
regra, mas poderiam abrir uma exceção para um cadeirante quebrado de viagem.
Pelo menos o hall do hotel tem sofás confortáveis, apesar de baixos, mas não
atrapalha a transferência. Nos chamaram e subimos para o quarto 804.
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Essa cadeira NÃO é para
cadeirantes |
Chegando ao quarto, fui direto para o
banheiro conferir a cadeira. E mais uma vez fiquei decepcionado: a cadeira não é
adequada para cadeirantes. É uma cadeira para idosos, que podem se levantar e
sentar nele, igual ao do hotel de Brasília. Mas como eu estava com a Gi, nem
reclamei, pois ela poderia me ajudar nas transferências. Porém, fica a dica,
gerentes e proprietários de hotel: essa cadeira NÃO é adequada para cadeirantes.
Nós precisamos escorregar a bunda até a cadeira, por isso o braço DEVE ser
removível. O correto, correto mesmo, seria e adquirir uma
cadeira
de banho com rodas grandes, que permitem ao deficiente se locomover sozinho.
Outra coisa, o banheiro tem um pequeno degrau, que é facilmente superado com uma
cadeira de rodas, mas para aquela cadeira de banho de rodas pequenas, torna-se
um empecilho. Desnecessário. Mas fora esses "detalhes", o banheiro conta com
muitas barras, chuveirinho e pia vazada.
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Duas camas juntas e o
interruptor de pedal ao fundo |
Mas as decepções não
acabaram aí. Tiveram que juntar duas camas de solteiro para dormirmos juntos,
pois não há quarto de casal adaptado. Será que eles pensam que os deficientes
sempre andam com um(a) ajudante, e não com o companheiero(a)? Bola fora. Mas o
absurdo foi o mesmo encontrado no Tryp de Brasília: a luminária de canto fica
muito no canto e o interruptor... é de pedal. Isso mesmo, acende quando a pessoa
PISA no interruptor. Será possível que esses caras não percebem que um
cadeirante não pisa??
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Piscina com uma belíssima vista
de Copacabana |
Bem vou falar agora das coisas boas. O
café da manhã é ótimo, com direito a vista do mar. O terraço, no 30º andar, tem
uma bela piscina e uma vista espetacular. A comida do bar da piscina e do
restaurante, é divina. Tomar um sol, ou uma cerveja no fim da tarde, é uma
delícia! Aproveitamos bastante. Mas só recomendo se eles trocarem a cadeira de
banho. E a luminária, claro.
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