segunda-feira, 18 de junho de 2012

Pulmão de Aço O que você faria se sofresse de paralisia do pescoço para baixo desde a infância, morasse em um hospital e visse seus pais no máximo duas vezes por ano? E se durante muito tempo seu único contato com o mundo exterior fosse por meio de um aparelho de TV? Como reagiria caso ouvisse os médicos que cuidam de você dizer que não sobreviveria à adolescência? Muitos iriam se entregar. Eliana Zagui decidiu viver.
Vítima de poliomielite por volta dos dois anos de idade, Eliana chegou ao Hospital das Clínicas de São Paulo em janeiro de 1976. Depois de dois dias vagando em busca de um diagnóstico em hospitais do interior, seus pais ouviram que a menina contraíra paralisia e tinha pouco tempo de vida. Sem recursos, foram salvos pela dedicação de uma enfermeira e pela carona de um fazendeiro generoso.
A viagem até São Paulo, feita às pressas, foi incapaz de compensar o tempo perdido. O vírus da pólio havia comprometido a musculatura de Eliana do pescoço aos pés. O diafragma também fora afetado. Ela foi levada ao pulmão de aço, máquina que exerce pressão negativa sobre o tórax para facilitar a respiração. O resultado, insatisfatório, condenou Eliana a usar o respirador artificial para sempre. A UTI do Instituto de Ortopedia e Traumatologia tornou-se sua casa desde então

Eliana Zagui causa surpresa e emoção em livro

Eliana Zagui
Eliana Zagui na Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação



SÃO PAULO – Aos 38 anos de idade, 36 chamando de “casa” a UTI do Hospital das Clínicas de São Paulo, a artista plástica Eliana Zagui abre seus diários – escritos com a boca – e coloca a corajosa história de vida nas páginas do livro “Pulmão de Aço” (Belaletra Editora).

A autora, que tem paralisia do pescoço aos pés, por consequência das sequelas da poliomielite, tem saído do hospital com sua maca e emocionado brasileiros de todas as partes. Na semana passada, Eliana Zagui, juntamente com seus editores, esteve na XI Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação (Reatech 2012), onde era aguardada por vários participantes que se emocionaram com os relatos no livro recém-lançado. Nessa rara oportunidade de sair do hospital, ela posou para fotos, deu atenção aos fãs e observou os estandes da Feira, sempre em cima da cama com rodinhas e auxiliada pelo respirador artificial. Sem se abater. Olhar sempre doce e sorriso idem.

A respeito dos momentos de fama, Eliana Zagui observa que está tento uma mudança radical na vida. “É bom conhecer o novo. Tenho que continuar. Perdoar é um exercício diário. É procurar conhecer e entender o outro. Isso dá alívio. O que me dá mais alegria hoje é a fé em Deus”.

Ela gosta de ler e ver filmes, mas nada de novelas. O filme predileto é “Dirty Dancing” (“Dança comigo”), com o ator Patrick Swayze. “É lindo. Pena que ele morreu”, lamenta, sobre a morte do ator, em 2009, depois da batalha contra o câncer.

O título forte do livro remete aos primeiros anos de internação. Com a paralisia, Eliana era quase incapaz de respirar. O equipamento chamado pulmão de aço, hoje fora de uso nas terapias médicas, foi a solução mais que traumática. Ela conta no livro: “O doente é colocado no aparelho, semelhante a um forno, ficando somente com a cabeça para fora. A máquina, ligada a um motor elétrico, exerce pressão negativa sobre o corpo, expandindo a caixa torácica e forçando a entrada de ar”.

Ilustração HD


Natural de Guariba, no interior de São Paulo, Eliana chegou ao Hospital das Clínicas aos dois anos de idade, depois de peregrinação dos pais por hospitais. Com o diagnóstico tardio de poliomielite chegaram também as primeiras sequelas, motivo pelo qual passou a morar em uma UTI. Os pais vivem na mesma cidade, e Eliana, por quase 40 anos, foi raríssimas vezes ao encontro deles.

Erradicada no Brasil em 1989, a poliomielite é uma doença causada por vírus e transmitida por meio do contato direto com secreções de pessoas infectadas. Com a manifestação da doença, ocorre a paralisia muscular e os membros, sem estímulos, vão definhando.

Com os poucos movimentos restantes e perseverança de sobra, Eliana aprendeu a ler e a escrever. Ela concluiu o ensino médio, aprendeu idiomas. Agora, sonha cursar Psicologia on line.

Com uma palheta na boca, ela escreve com belo letreiro, pinta, usa o celular e o computador. “Escrevia com a boca como um desabafo no caderno”, diz Eliana Zagui.

Ela divide o quarto da UTI com o “verdadeiro e eterno irmão”, o também interno Paulo Henrique Machado, 44 anos, que chegou ao hospital no início dos anos 1970, diagnosticado com a mesma enfermidade.

Ambos são sobreviventes e considerados um dos moradores de hospitais mais antigos do Brasil, conforme conclusões de pesquisas realizadas pelos editores do livro. A história de Paulo Henrique é contada por Eliana em um dos capítulos.

O livro, que pode ser comprado no site www.belaletra.com.br, começa a ser distribuído em grandes livrarias. A ideia de publicá-lo veio dos próprios editores, os jornalistas Ana Landi e Eduardo Belo.

“Há três anos, vi uma reportagem sobre os mais antigos moradores de UTI do Brasil, em um programa de TV, e nele estava o depoimento da Eliana”, conta Ana Landi.

Leia mais na Edição Eletrônica

Pacientes de poliomielite mostram superação no Domingão


Entre 1955 e o final da década de 70, 5.789 crianças vítimas de poliomielite foram internadas no Hospital das Clinicas em São Paulo. Sete delas, atingidas com mais severidade, ficavam lado a lado Na UTI. Elas se tornaram uma grande família.
Com o passar dos anos, quase todos faleceram e só sobreviveram a artista plástica Eliana Zagui, hoje com 38 anos, e Paulo Henrique Machado, designer gráfico, 44 anos. Quase 40 anos depois eles ainda vivem na UTI do Instituto de ortopedia e Traumatologia do HC e dividem o mesmo quarto.
Em um Domingão Especial de Natal, exibido no dia 21 de Dezembro de 1997, Faustão realizou um link ao vivo de dentro da UTI do Hospital das Clínicas de São Paulo. O apresentador conversou e brincou com Eliana e Paulo. Na época, Faustão mostrou o exemplo de superação dos dois.
Quinze anos depois, a dupla participa novamente do programa. A grande novidade é que Eliana lançou um livro, chamado "Pulmão de Aço". Confira todos os detalhes no vídeo!

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Entrada do Rio Othon Palace
No último fim de semana tive duas árduas tarefas: ir um casamento no sábado e um aniversário no domingo no Rio de Janeiro. O drama na hora de um cadeirante viajar é sempre a busca pelo melhor hotel, ou melhor, pelo hotel com quarto bem adaptado, que tenha as medidas adequadas e os equipamentos necessários a uma boa estada.
Costumo procurar hotéis adaptados pelo site Booking.com, que permite selecionar somente hotéis com quarto adaptado depois de escolhida a cidade. Depois que faço a seleção e identifico um hotel bem localizado (mais próximo de onde vou ou de pontos turísticos) e com bom preço, ligo para lá e busco mais informações sobre a estrutura do quarto adaptado focando, principalmente, no banheiro. E nele que são dadas as maiores mancadas pelos hotéis, como o Tryp de Brasília, que me causou um queda.
Fiz a costumeira pesquisa e tive uma grata surpresa. Um hotel cinco estrelas, o Rio Othon Palace, estava com preços promocionais. Mais barato do que hotéis inferiores. Como nunca havia ido lá, liguei para saber como eram as adaptações e se o hotel fornecia cadeira de banho para deficiente. Falei com essas palavras e o atendente me disse que sim, havia cadeira de banho adequada. Sendo assim, reservamos.
A rampa na entrada tem boa inclinação
Fomos no sábado e chegamos no hotel por volta de duas e meia, mas o check-in só poderia ser feito às 15hs. Tudo bem, é regra, mas poderiam abrir uma exceção para um cadeirante quebrado de viagem. Pelo menos o hall do hotel tem sofás confortáveis, apesar de baixos, mas não atrapalha a transferência. Nos chamaram e subimos para o quarto 804.
Essa cadeira NÃO é para cadeirantes
Chegando ao quarto, fui direto para o banheiro conferir a cadeira. E mais uma vez fiquei decepcionado: a cadeira não é adequada para cadeirantes. É uma cadeira para idosos, que podem se levantar e sentar nele, igual ao do hotel de Brasília. Mas como eu estava com a Gi, nem reclamei, pois ela poderia me ajudar nas transferências. Porém, fica a dica, gerentes e proprietários de hotel: essa cadeira NÃO é adequada para cadeirantes. Nós precisamos escorregar a bunda até a cadeira, por isso o braço DEVE ser removível. O correto, correto mesmo, seria e adquirir uma cadeira de banho com rodas grandes, que permitem ao deficiente se locomover sozinho. Outra coisa, o banheiro tem um pequeno degrau, que é facilmente superado com uma cadeira de rodas, mas para aquela cadeira de banho de rodas pequenas, torna-se um empecilho. Desnecessário. Mas fora esses "detalhes", o banheiro conta com muitas barras, chuveirinho e pia vazada.
Duas camas juntas e o interruptor de pedal ao fundo
Mas as decepções não acabaram aí. Tiveram que juntar duas camas de solteiro para dormirmos juntos, pois não há quarto de casal adaptado. Será que eles pensam que os deficientes sempre andam com um(a) ajudante, e não com o companheiero(a)? Bola fora. Mas o absurdo foi o mesmo encontrado no Tryp de Brasília: a luminária de canto fica muito no canto e o interruptor... é de pedal. Isso mesmo, acende quando a pessoa PISA no interruptor. Será possível que esses caras não percebem que um cadeirante não pisa??
Piscina com uma belíssima vista de Copacabana
Bem vou falar agora das coisas boas. O café da manhã é ótimo, com direito a vista do mar. O terraço, no 30º andar, tem uma bela piscina e uma vista espetacular. A comida do bar da piscina e do restaurante, é divina. Tomar um sol, ou uma cerveja no fim da tarde, é uma delícia! Aproveitamos bastante. Mas só recomendo se eles trocarem a cadeira de banho. E a luminária, claro.

Ontem fiz um passeio de handbike diferente: pelas ruas da cidade. Mas não corri risco no meio dos carros, aproveitei que fizeram uma ciclovia na Savassi, que começa bem perto do prédio que moro, e fui conhecê-la. E descobri que é maior e melhor do que eu imaginava.

Início da ciclovia, na Av. Prof. Morais

São 2,8 quilômetros, começa na Av. Prof. Morais, perto da Av. do Contorno, e acaba na Rua Piauí, esquina com Av. do Contorno. Portanto, atravessa a cidade de um lado ao outro. Para quem não sabe, a Av. do Contorno tem esse nome porque, quando foi construída, teve o objetivo de contornar toda a cidade de Belo Horizonte, dando uma volta completa e se fechando, como um anel. Só que ela ficou pequena demais para a cidade, que já tem outra avenida feita para circulá-la, o Anel Rodoviário, que também já foi ultrapassado há muito tempo.

A travessia da Afonso Pena demanda cuidado

A ciclovia ficou muito boa, bem sinalizada, com o chão todo pintado de verde, exceto nos cruzamentos, que foram pintados de vermelho. E o problema é justamente os cruzamentos. São muitos, e perigosos, principalmente o que atravessa a Avenida Afonso Pena. Mas para ajudar há sinais luminosos próprios para ciclistas, iguais aos de pedestre, e ficam verdes quando os semáforos estão fechados. Mas o tempo em que fica verde é meio curto às vezes, tem que atravessar logo.

Uma das muitas pracinhas do percurso

Na ida, é muito bom, pois a maior parte do percurso é descida. Mas na volta, tem que ter perna. Ou braço, se estiver numa handbike, como meu caso. O grande charme do percurso são as praças por onde a ciclovia passa. Em uma delas, a ciclovia dá a volta nos banquinhos, muito bacana. E como BH é uma cidade muito arborizada, as praças geralmente são cheias de sombra, super agradáveis. Se quiserem ver o trajeto da ciclovia, abaixo o link para o registro que fiz pelo RunKeeper, um aplicativo que roda no meu celular e acompanha tudo pelo GPS.

 

Por falar em celular, uma grande tragédia marcou meu passeio. Meu brinquedinho favorito, um Xperia X10, sofreu um terrível acidente: caiu do meu bolso e foi atropelado por um carro. Mas felizmente sobreviveu, com graves escoriações e traumas, mas vivo. Incrível como o aparelho é forte.


Tô sofrendo com meu menino quebrado...
Ainda funciona tudo, internet, jogos, aplicativos, mas a tela sofreu muito. Quebrou em vários lugares, mas o touchscreen foi preservado, e dá para ver quase tudo na tela. Agora vou levá-lo a um hospital, digo, assistência técnica, e ver o tamanho do prejú. Pelo menos está chegando o dia das crianças e posso pedir outro de presente!

Tiro em cadeira de rodas

Preparar, apontar, fogo!
- Nossa, será que alguém atirou em um cadeirante?
- Não, caro leitor, na verdade o tiro partiu de um cadeirante.
- Meu Deus, será que é um cadeirante bandido?
- Claro que não, prezado leitor. Imagina se o cara ia se aventurar a ser bandido em uma cadeira de rodas, como é que ele ia atirar e sair correndo?
A verdade é que o título se refere a mais um esporte sobre cadeira de rodas, o tiro esportivo adaptado. E o "esquecimento" da palavra esportivo no título foi para chamar a atenção e jogar um pouco de humor sobre esse assunto sério e importante: esporte adaptado. E a história de hoje vem de longe, lá de Boa Vista, capital de Roraima, no relato do meu amigo Luiz Otávio Seabra, um cara super ativo e animado. Tão animado que resolveu praticar tiro esportivo em cadeira de rodas. E já está participando de competições.

Mexe com ela pra você ver, mexe?
Os cadeirantes de lá ainda estão tentando engatar no esporte, já que não tem patrocínio, mas fecharam uma parceria com uma loja especializada em vendas de armas (caça e pesca, em geral) e seus associados tem descontos na compra das carabinas 4.5 (necessária para a prática do tiro esportivo). Eles estão tentando fechar uma parceria com o clube de tiro para isentar o pagamento da taxa de filiação à associação, que está no valor de R$ 150,00 (cento e cinquenta reais) anuais. Não há, no momento, patrocínio de outra instituição, mas o objetivo é fechar parcerias com diversas instituições que se interessem em 'comprar' a ideia de apoiar o Esporte Paraolímpico.
O torneio idealizado e organizado pelo Clube de Tiro Tiradentes - CTT foi intitulado de I TORNEIO DE CARABINA DE AR COMPRIMIDO DE RORAIMA, e na programação inicial (eram esperados 100 competidores) estava prevista também a modalidade tiro com carabina de calibre .22, porém, devido à presença em massa dos competidores (por volta de 200 competidores), o presidente tomou a decisão de realizar somente a competição de Carabina de Ar Comprimido.
Luiz Otávio curtindo a liderança na competição
A competição foi mista (homens e mulheres), os cadeirantes participaram com os novatos, que nunca atiraram, e adolescentes. O Luiz Otávio ficou em primeiro lugar na modalidade Tiro Sem Luneta, mas na humildade admite que atirou apoiado enquanto os outros dois participantes, Maria do Carmo e Reginaldo, atiraram sem apoio, dificultando muito mais sua precisão em decorrência do equilíbrio de tronco, pois, além de tentar mirar no alvo eles tinham que sustentar o peso da carabina (que não é leve, em média, uma carabina pesa de 2,5 a 3kg) e manter o equilíbrio de tronco. Na modalidade Paraolímpica participaram três pessoas com deficiência (paraplegia).
O objetivo do pessoal é transformar e desmistificar a mentalidade das pessoas em relação a nós - Pessoas com Deficiência (é essa a intenção com o Esporte Adaptado). Nós podemos fazer tudo, basta querermos, persistirmos e nos dedicar aos nossos objetivos. Lembrando que o esporte é muito benéfico para esse nicho, em especial, pois através dele, é trabalhada também a autoestima das pessoas.
Essa turma aí atira pra todo lado!
Para quem se interessar, algumas informações sobre o esporte:
Apesar de pouco divulgado no Brasil, o tiro esportivo estreou nos Jogos Paraolímpicos de Toronto, em 1976. As disputas acontecem entre homens, mulheres e nos confrontos entre ambos (mistos). No Brasil, a modalidade que é administrada pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), começou a ser praticada em 1997, no Centro de Reabilitação de Polícia Militar do Rio de Janeiro. No ano seguinte, o País foi representado pela primeira vez em um torneio internacional, realizado na cidade espanhola de Santander. Em 2002, o CPB investiu em clínicas da modalidade para sua difusão no Brasil. Os atiradores Carlos Strub, Cillas Viana e Walter Calixto conquistaram a medalha de bronze por equipe no Aberto de Apeldoorn, na Holanda, em 2003. Nos Jogos Paraolímpicos de Pequim (2008), houve a primeira participação de um atleta brasileiro na história dos Jogos com Carlos Garletti. O Comitê de Tiro Esportivo do Comitê Paraolímpico Internacional (IPC) é responsável por administrar a modalidade. As regras das competições têm apenas algumas adaptações. Pessoas amputadas, paraplégicas, tetraplégicas e com outras deficiências locomotoras podem competir tanto no masculino como no feminino.

Olha o estilo do atirador cadeirante!
Classificação:
O tiro utiliza um sistema de classificação funcional que permite que atletas com diferentes tipos de deficiência possam competir juntos, tanto no individual como por equipes. Dependendo das limitações existentes (grau de funcionalidade do tronco, equilíbrio sentado, força muscular, mobilidade de membros superiores e inferiores), e das habilidades que são requeridas no tiro, os atletas são divididos em três classes: SH1, SH2 e SH3. Mas as competições paraolímpicas incluem apenas as classes SH1 e SH2. A diferença básica entre SH1 e SH2 é que atletas da SH2 podem usar suporte especial para a arma, que obedecem às especificações do IPC. Os atletas da SH3 possuem debilitação visual.

A classificação do Tiro é dividida em três classes principais:

SH1: atiradores de pistola e rifle que não requerem suporte para a arma;

SH2: atiradores de rifle que não possuem habilidade para suportar o peso da arma com seus braços e precisam de um suporte para a arma;

SH3: atiradores de Rifle com deficiência visual.

Entrando na piscina

Antes de entrar, estudando o terreno
Como disse no post sobre a pousada de Macacos, vou mostrar aqui uma técnica que uso para entrar na piscina sozinho com segurança. Antes, porém, dois avisos: primeiro, consigo fazer o procedimento porque recuperei muitos movimentos após a lesão, tenho um ótimo controle de tronco e força nos braços. Portanto, se você não se sentir seguro, não tente fazer isso em casa! Segundo, você tem que prometer que não vai fazer nenhum comentário maldoso ou sacana sobre minha pança ligeiramente proeminente nas fotos.
Aproximei a espreguiçadeira da borda da piscina
Vamos ao passo a passo. Não é nada de outro mundo, mas tem que ser bem feito para não causar um acidente e piorar a situação já não tão boa do cadeirante. Começo aproximando uma espreguiçadeira da cadeira de rodas. A que usei na pousada é de alumínio, bem leve. Ah, e uma observação: as primeiras fotos estão "erradas", pois esqueci de deixar um espaço entre a espreguiçadeira e a borda da piscina, o que foi resolvido depois com a ajuda da Gi, que arrastou um pouco para trás a espreguiçadeira, comigo em cima, claro. O ideal é uns vinte a trinta centímetros, o suficiente para dar para sentar no chão.
Transferi para a espreguiçadeira
Após aproximar a espreguiçadeira e deixá-la a uns vinte centímetros da borda, é só fazer a transferência. O cuidado a ser tomado é com a estabilidade dela, e com a firmeza para se equilibrar em cima dela. A que usei era meio mole, por isso demorei uns minutos para pegar confiança.
Me aproximei da borda da espreguiçadeira
Depois de passar para a espreguiçadeira, eu coloquei as duas pernas na água e cheguei o corpo um pouco para frente. Em seguida, segurei firmemente nas laterais da espreguiçadeira e comecei a escorregar o corpo, vagarosamente, até encostar a bunda na beira da piscina.
Em seguida, sente na beira da piscina
E na sequência, segurei na borda da piscina e escorreguei o corpo para dentro da água. Pronto, já estava curtindo uma piscininha numa boa! Vidinha chata, né? Pena que é só de vez em quando... Nas fotos, eu estava na pousada de Macacos, mas já fiz processo semelhante na casa dos meus pais.
Depois de tanto esforço, relaxei por umas três horas...
Quanto ao processo de volta, é só imaginar os passos ao contrário. Foi assim que voltei para a cadeira, sozinho de novo. É mais difícil, pois a gente tem que erguer o corpo, e portanto fazer mais força. Mas não é impossível, garanto! Basta um pouco de força nos braços e equilíbrio. E um pouco de treinamento também, com alguém auxiliando, e depois a gente pega o jeito.
Vale muito a pena tentar, ainda mais para curtir um sol num fim de semana

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Hotel pseudo-adaptado


 

Eu já disse aqui algumas vezes que uma das coisas que mais muda na vida da gente quando viramos cadeirante é o planejamento. Devemos sempre pensar em acesso e adaptações para cadeiras de rodas em todos os lugares que vamos ou frequentamos. Mas nem sempre só o planejamento resolve.
Infelizmente há lugares e pessoas que tentam passar uma imagem de acessíveis e adaptados, ou mesmo tentam ganhar clientes na base do "enrolation". Passam informações erradas e tentam nos empurrar lugares que não resolvem em nada nossas necessidades, acreditando que no fim das contas não vai haver problema se faltar "uma coisinha ou outra". Mas esse tempo acabou (ou, pelo menos, está acabando). Ninguém mais aceita gato por lebre, e o "jeitinho" brasileiro está cada vez mais fora de moda.
E uma forma muito eficiente nos dias de hoje de denunciar estes absurdos são as mídias sociais, como este blog, que procura servir como um canal de exposição das más práticas e problemas de acessibilidade encontrados por nós cadeirantes. A história abaixo foi enviada pelo Eduardo Martins, de Sorocaba. Ele me pediu umas dicas para sua primeira viagem como cadeirante, que ele faria em janeiro para Salvador, e passei o que sabia sobre o avião, e sobre as necessidades que deveria exigir no hotel. Ele agradeceu, e reservou um quarto "adaptado" em um hotel na cidade, o B Hotel, que garantiu que tinha a estrutura necessária. Abaixo o relato do Eduardo:
"Na entrada do hotel havia uma rampa com um grau de inclinação que não tem como subir sozinho, além de ser feito de piso comum e escorregadio, se chover há o risco de descer mesmo travando as rodas. Além disso, a rampa termina a 40 cm da guia, ou seja, o cadeirante vai parar no meio da rua. Ao chegar na recepção pedi as chaves da suite adaptada, que me foi prontamente entregue. Ao entrar tentei ligar para a recepção para saber se estava no quarto correto, mas o telefone não funcionava e tive que voltar até a portaria. Fui informado que sim, pois era o único que eles tinham adaptado. Mas a única adaptação realizada foi a mudança das portas para poder passar a cadeira e mais nada. A cama era composta por duas camas box de solteiro, que juntas formavam uma de casal, só que as duas tinham rodinhas e com o movimento separavam uma da outra, correndo o risco de você cair no vão entre as duas.
No banheiro havia um box de vidro com uma porta que mal passava uma pessoa em pé, e não havia ducha manual também. O vaso ficava entre o box e uma pia de pedra, sem espaço para nada, e não havia nenhum local ou barras para poder se apoiar para transferência, tinha que contar com ajuda da minha mulher todas as vezes que precisava fazer uso e mesmo assim machucando as costas quase todas as vezes.
Tive que tomar banho frio sentado no vaso com a ducha íntima, me lavando da forma que desse e jogando água pra todo lado, aumentando ainda mais o risco para voltar para cedeira depois. Já na empresa aérea Azul fui muito bem atendido, com todos os cuidados necessários."

É gente, infelizmente ainda temos que passar por situações como estas, com total desrespeito ao cadeirante. Ou melhor, desrespeito até mesmo com o ser humano, não é preciso ser expert em acessibilidade para saber que o local é totalmente inadequado para um cadeirante. Fica a dica, se foram para Salvador, fiquem longe do B Hotel, é melhor pagar mais caro e procurar um hotel tipo "A".

Ghost

 

Acelerador manual Ghost
Ghost - Do outro lado da vida... Quem tem mais de 30 anos deve ter se lembrado do clássico filme com Demi Moore (novinha e de cabelos curtos) e o finado Patrick Swaze. Mas não é do filme que estou falando, mas sim de um revolucionário sistema eletrônico de aceleração montado sob o volante, quase imperceptível, que permite que o usuário acelere através de um simples movimento rotativo (horário ou anti-horário), mantendo as mãos no volante. O sistema é uma evolução do acelerador de aro, aquele montado sobre o volante, com a diferença que naquele modelo a gente tem que empurrar o aro contra o volante.
No Fiat 500 ficou um charme o Ghost na mesma cor do volante
E o nome do equipamento se deve à discrição dele sob o volante. Olhando de cima, mal dá para perceber que há um acelerador de volante ali, só se percebe os encaixes no volante. E o funcionamento dele não poderia ser mais simples: basta deslizar os dedos por baixo do volante para um lado ou para o outro para acelerar o carro. Assim como o acelerador de aro, este mecanismo permite acelerar inclusive durante uma curva, o que pode ser muito útil na estrada ou mesmo na cidade em determinadas situações. Ele conta também com um botão de segurança que desativa o sistema, para o caso em que uma pessoa sem deficiência for dirigir o veículo.
Fiz o test drive do Ghost instalado em um Palio Dualogic pela Hélio Adaptações, representante da Guidosimplex no Brasil. Ele é muito fácil de adaptar, aprendi a lidar com ele na primeira curva. A aceleração é precisa e a resposta imediata, já que é eletrônico. Isso ajuda a ter o carro na mão com mais segurança, já que o sistema "analógico" é mais suscetível a falhas. Clique aqui para ver um vídeo muito interessante diretamente do site da Guidosimplex.
O Ghost é encontrado em Belo Horizonte exclusivamente na Hélio Adaptações, que dá garantia e manutenção deste e todos os outros equipamentos da Guidosimplex. Dirigi por pouco tempo, mas já deu para sentir que vale o investimento!

Itens importantes em um banheiro para deficientes

Esquema que mostra as principais adaptações necessárias

Já fiz alguns posts sobre as adaptações necessárias para que um banheiro atenda a um cadeirante e há muitos outros blogs que abordam o tema. Relembrando alguns pontos importantes: deve haver espaço para uma cadeira de rodas manobrar e se colocar a 90 graus do vaso para que o cadeirante faça a transferência; o vaso sanitário deve ser mais alto e de preferência com aquela tampa vazada; não deve haver armários embaixo da pia e ela deve ser alta o suficiente para uma cadeira de rodas entrar embaixo; o box não pode ter porta estreita e não deve haver ressaltos que dificultem a passagem de uma cadeira de banho; deve haver uma cadeira que possa molhar embaixo do chuveiro (de preferência, retrátil); o espelho deve ser mais baixo, de forma que um cadeirante consiga se enxergar nele; devem haver barras de apoio ao lado do vaso sanitário e dentro do box do chuveiro; o chuveiro deve ter chuveirinho anexado, e a porta deve ser de fácil abertura (a mais indicada é a porta de correr).

Itens e medidas mínimas para o banheiro

Há, porém, alguns detalhes que geralmente passam despercebidos, e por falta de experiência ou alguém para auxiliar na adaptação, muitos donos de estabelecimentos ou hotéis pecam e complicam a vida de um cadeirante que vá utilizar o banheiro. O primeiro deslize, e o que mais encontro, é a lixeira. Por incrível que pareça, já vi dezenas de banheiros adaptados para deficientes com lixeiras de pedal, aquelas em que a gente pisa para abrir a tampa. Pisa?? As pessoas esquecem que a gente não pisa. Aí a solução é a gente pegar na tampa com uma mão, abrí-la, e jogar o papel com a outra. Um processo bem inadequado, afinal pegamos na borda da lixeira, que sempre está suja e pode estar até contaminada. A lixeira ideal para um banheiro adaptado é a de tampa basculante, a do meio na foto abaixo. Ela permite que os dejetos sejam jogados sem encostarmos a mão na tampa. A lixeira sem tampa também resolve, mas é menos higiênica e nada bonita.

Três modelos de lixeira. Jamais use a branca em banheiro adaptado

Outro detalhe que também é dificilmente lembrado é a torneira da pia. Ela deve ser mais alta, com espaço suficiente para colocarmos a mão e trazer ao rosto ou à boca sem dificuldade. Acontece que, como estamos sentados, o ângulo do braço em relação à torneira é menor, por isso é difícil entrar com a mão embaixo da torneira e depois voltar com a água. Sinto essa dificuldade principalmente na hora de escovar os dentes, acabo derramando água e me molhando no caminho. Nesse quesito há minha experiência própria, portanto deve haver pessoas que preferem a torneira mais baixa, de qualquer forma, abaixo vai uma imagem do modelo que considero ideal. Há centenas de modelos, mas o ideal (para mim) é que seja mais alta.

Torneira mais alta facilita

Agora um ponto que contou com a contribuição do meu finado tio Altair. Ele sempre foi pau pra toda obra, resolvia praticamente tudo dentro de casa. E depois de ouvir uma reclamação minha, veio com a solução. Eu me queixei do chuveirinho do meu banheiro, cuja mangueira era a conta para passar por baixo da cadeira de banho e .... bem, lavar as "partes baixas". Eu disse que ia comprar uma mangueira maior, mas ele veio com outra solução: cortou um pedaço de antena de televisão, daquelas tipo espinha de peixe, pegou um pedaço de mangueira sem uso que eu tinha em casa e fez a emenda. Ficou perfeito, a mangueirinha virou uma mangueirona (sem trocadilhos e piadinhas, por favor) e funciona muito bem até hoje. Abaixo, uma foto da emenda da mangueira.


Adaptação para lavar "lá embaixo"

Enfim, levando em conta estes detalhes, dá para fazer um banheiro perfeito para ser usado por cadeirantes. Até hoje não encontrei um assim fora da minha casa, mas com essas dicas é possível fazer um bem adaptado, e assim permitir que tenhamos mais conforto para fazer as necessidades e sair de lá limpinhos!
Minha jangadinha é bem feinha

Não são raros os casos de cadeirantes que ficam meses sem sair de casa. Tem outros que só saem para ir ao médico ou ao Hospital Sarah, pois o ambiente tem mais a ver com um cadeirante. Também não é incomum ouvir histórias de pessoas que ficaram meses, ou até anos na cama, pois não aceitaram a cadeira de rodas. Afinal, qual o problema desse povo?

Há os motivos pessoais ou até psicológicos, mas muitas vezes o motivo é a vergonha da cadeira de rodas. Não exatamente de estar em uma cadeira de rodas, mas pelo fato de uma cadeira de rodas ser um objeto feio, esquisito e sem estilo. Como muita gente pensa, a vaidade não vai embora porque a pessoa vira cadeirante. Como todo mundo, a gente continua gostando de se sentir bonito, de estar na moda e de se vestir bem.

Que tal uma corzinha? Nem tanto, né...

Como a cadeira passa a ser um complemento constante do nosso corpo, devemos parar para pensar o quanto é importante se sentir bem com a aparência dela. E tudo começa pelo modelo. Convenhamos que as cadeiras dobráveis, tipo duplo X, são bem feinhas, mas podem ser melhoradas. A primeira coisa que pode mudar é a cor. O mais comum é o cinza claro, padrão destes modelos. Não tem porque manter ela na cor original, se você gosta de vermelho, mande pintar de vermelho. Se gosta de azul, a mesma coisa. É uma coisa simples, mas dá outro visual. Tem gente que não gosta, prefere o cinza justamente para passar despercebido, já que a cor chama a atenção. Acontece que passar despercebido em uma cadeira de rodas é impossível. Então, porque não colocar uma corzinha? Claro que não precisa pintar um arco íris na bichinha, mas escolher uma cor que combine mais com a pessoa cai bem.


As monobloco tem design mais "limpo"

Os modelos monobloco são bem mais bonitos, independente da cor. O design mais limpo, com menos ferros à mostra, é bem mais belo do que as dobráveis. E elas geralmente são disponíveis em várias cores, metálicas ou sólidas. Mas elas costumam ser um pouco menos confortáveis, já que geralmente não tem braços, mas acho que isso é questão de adaptação. Hoje eu não sinto muita diferença. Além do design, a facilidade em desmontar ajuda muito no dia a dia.


Além da cor, o encosto rígido que geralmente vem nas monobloco permite ainda aplicar um adesivo e personalizar ainda mais a cadeira. Nas cadeiras de mulheres, que tem ainda mais vaidade, fica bem bacana, dá até um certo charme. Há vários modelos, os mais comuns são os de borboletas, acho uma gracinha. Ainda mais que a borboleta é o símbolo da transformação, o que agrega ainda mais como simbologia. A da foto abaixo é da Tuigue, do blog Muletas Cor-De-Rosa.

Com adesivo fica um charme

Outra coisa que compõe bastante o visual de uma cadeira são as rodas. As que tem três ou cinco raios dão uma grande diferença no visual. As mais famosas são as X-core, que uso na minha cadeira, mudam completamente o visual. Ainda mais nas monobloco, no caso da minha, uma M3, acho bem bonito o desenho do eixo traseiro em alumínio, que fica aparente com essas rodas. Há também as de magnésio com três raios, também muito bonitas.

Enfim, não há porque ter vergonha da cadeira de rodas. Já que é impossível sair sem elas, que tenham a nossa cara e nos dê mais prazer em sair de casa. Porque, convenhamos, ficar dentro de casa todo dia não tá
beija?

1-Sim 66'

2-DEMORO

3-Nem precisa pedir

4-Concerteza amor s2

5-Já beijei e beijo de novo

repasse e veja quem
beijariaa vc ^^

quinta-feira, 7 de junho de 2012

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eu posso tudo só quere!!!!!!!!!!!!

JORNAL DE MATO GROSSO CADEIRANTE TRANSPORTE - 22-12

EScola de malabares cadeirantes (Part3)

Cadeirantes na escola




Toda criança com deficiência tem o direito de freqüentar o ensino regular, conforme estabelece a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº. 9394. Segundo Kose (2004) em países como Estados Unidos e Inglaterra, as políticas de inclusão se mostram eficientes, uma vez que já são socialmente aceitas. O caso brasileiro pode ser comparado ao dos países asiáticos. Para Kose (2004), a grande lacuna entre o “real” e o “ideal” existente nestes países torna a implantação das leis menos efetivas.




No Brasil, a inclusão destas crianças no ensino só será efetiva se a escola for aberta às diferenças e se tiver como condição básica espaços arquitetônicos livres de barreiras físicas e de informação. Sabe-se que, na prática, a falta de acessibilidade espacial é uma realidade na maioria das escolas brasileiras, o que impede a plena integração das crianças com deficiência no ensino regular.



A avaliação de um espaço tão complexo como uma escola de Ensino Fundamental e Médio requer uma aproximação maior a seus usuários cotidianos. Segundo Froyen (2004), a participação do usuário já provou ser uma das ferramentas mais eficientes de avaliação: “Nada sobre nós, sem nós”. Este contato faz parte do direito dos usuários (FROYEN, 2004), e permite de maneira mais rápida, conhecer suas ânsias, suas reais necessidades e dificuldades em relação ao uso do espaço e dos equipamentos que utilizam em seu dia a dia. A fim de complementar a fiscalização da escola com o auxilio das Planilhas Técnicas, utilizou-se o método dos Passeios Acompanhados.



O desenho universal e a acessibilidade espacial ainda são temas incipientes em nosso país e, consequentemente, apesar das conquistas legais e da reformulação da Norma Brasileira de Acessibilidade, NBR 9050/2004, ainda existem muitas lacunas e falhas. Assim para uma avaliação detalhada e mais precisa das condições de acessibilidade de ambientes edificados é necessário utilizar-se de métodos qualitativos que permitam a participação dos usuários destes locais. Estas pessoas que enfrentam dificuldades no uso diário dos espaços e equipamentos são fundamentais para complementar as avaliações técnicas realizadas a partir das normas e conhecimento teóricos sobre acessibilidade espacial.



Sem dúvida a acessibilidade espacial é fundamental para a inclusão e participação das pessoas com deficiência na sociedade. O conhecimento adquirido habilita os pesquisadores para levarem em consideração, desde o momento da concepção de projetos, a diversidade humana. Também os instrumentaliza para efetivarem melhorias, intervenções e adaptações em outros espaços existentes.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Rap do Elite Way


Aqui no Elite Way reza uma lei,
Que não foi eu quem fez ,
Meninas e meninos no way
"Deixa comigo"
"Deixa com ele que ele manda"
E é tudo separado, é cada um pra um lado ,
É muito antiquado , e eu fico calado,
Separado das meninas, essa é nossa sina ,
O Jonas que ensina e a gente não opina
"Que que significa isso?"
"Ihhh!"
Put your hands up!
Put your hands up!
Let's go! Hey!
Pergunta pro cara, ele é quem separa,
Eu só pago o preço, eu só obedeço.
Eu só pago o preço, eu só obedeço.
Eu só pago o preço, eu só obedeço.
Eu não falo nada, menina é noutra Ala,
A culpa é do mala, nada mais a gente fala!

Universidade Rural recebe pela primeira vez regional de bocha


Sem duvida terá um ‘q’ a mais o campeonato regional leste de bocha adaptada que acontece no próximo fim de semana , de 24 à26, nas dependências do campus da Universidade Rural, Seropédica . Será uma oportunidade para dezenas de professores, pais e da comunidade daquela região local ver de perto como pessoas com graves deficiências físicas e motoras podem sair da mesmice das escolas especiais ou do isolamento de sua casas e serem verdadeiros campeões .

A competição reuni atletas da capital fluminense, de Petrópolis e sul de Minas. Entretanto, muito alem das medalhas ou de ser , meramente, uma classificatória para o campeonato nacional , essa seletiva delimita um novo espaço em que , a pessoa com deficiência poderá mostrar suas potencialidades . saíramos todos vitorioso no próximo sábado

Grupo de dança em cadeira de rodas de Santa Catarina leva beleza de pessoas com deficiências







Dançar é um ato de liberdade e igualdade : É assim que a professora de dança , Tatiane Mahs, 30 anos. Define a expressão artística que ensina a um grupo de alunos com necessidades especiais de uma escola de Jaragua do Sul, em Santa Catariana. O grupo existe a quatro e faz da arte da dança um instrumento transformador : capaz de quebrar tabus e traduzir a plenitude de pessoas com deficiências motoras e metais . Segundo Tatiane o projeto tem com principio valorizar a autoestima dos alunos, concebendo um fazer artístico que faça com que eles vença seus próprios medos uma vez que a media de idade é de 30 a 40 anos. Tal processo , diz a professora , que foi a maior conquista de todo o grupo : ‘No inicio foi muito difícil, vinha a vergonha, a insegurança, aos poucos fomos trabalhando isso no grupo todo, e hoje somos um sucesso’. Diz Tatiana.
Atualmente o grupo conta com três integrantes e três professores. A professora explica que nas apresentações , cada professor auxilia a um aluno a executar os movimentos da dança , Tatiana também ressalta que a concepção das coreografia é realizada a partir das ‘limitações dos alunos: ’ a forma como montamos coreografia, vem basicamente do que os alunos conseguem fazer, Adaptamos as coreografias nos posicionamos para ajuda-los a saírem das cadeiras de rodas, a caminharem dentro da coreografia. Em fim para a dança aconteça de fato’ ratifica ela , que comenta a interatividade entre alunos e professores não se dá apenas no palco , mas em todo o processo de criação coreográfica: eles tem a participação total na montagem das apresentações .’ conclui a professora.
Tatiana acredita que o trabalho do grupo é um instrumento de transformação da visão da sociedade em relação ás pessoas com deficiências . e é justamente esse compromisso que ela e seus colegas, os bailarinos e professores Alenor, Fabio, Fabiane e os alunos tati, janira, wanderlei. Buscam passar para o público. Ela revela que o intuito do grupo é fazer um trabalho que possa romper barreiras e, principalmente superar preconceitos.
‘Nosso objetivo era mostrar para quem nos assistisse que a DANÇA É PARA TODOS. Nosso desejo é de fazer uma dança diferente que repercute na cidade e nas regiões, nosso grupo teve oportunidade convites para diversos eventos e isso que nos deixa mais feliz, pois sabemos que foi aprovado nosso objetivo e que todo gostam.’ Concluir ela
Para terminar nossa conversa peso a Tatiane que me defina: o que é dança.
‘Através da dança eu me liberto de tudo, e me torno igual a todos. É poder ir dançar para um público que te aplaude de pé, não por pena, mais aplaude de pé de orgulho e por nossa capacidade e mostra que somos iguais a todos.’ É com esse ato de beleza e cidadania que nos mostra o vídeo do grupo de Tatiane.

segunda-feira, 4 de junho de 2012


Ola amigas queridas... ultima postagem de hoje, prometo rsrsrs, é que estava sem poder passar minhas fotos para o pc, ai já viu né, acumulou... vim mostrar pra vcs minha ultima cadeirinha de rodas... dessa vez com rosa... acho que essa foi uma das que mais gostei... e a que mais fiquei insegura pra fazer rsrs, pois foi uma artesã queridissima e talentosissima que me encomendou... mas louvado seja DEUS a querida Cristiana Sérgio do blog Crisarte - Criando Arte (que alias, se vcs ainda nao conhecem o blog dela CLIQUEM AQUI e se apaixonem) recebeu hoje e me disse que adorou, ufaaaa rsrsrs... boba eu né, mas é verdade, sempre fico insegura se a pessoa vai gostar, ainda mais quando é uma artesã como ela quem vai receber rsrs... Bem, Cristiana amada, muuuuuuuuuuuitissimo obrigada MAIS UMA VEZ rsrsrs pela confiança no meu trabalho viu... um beijinho a todas vcs amadas e fiquem com Papai do céu, agora tenho que fazer ou pelo menos escolher as postagens do Joaphia Dicas e Moldes de hoje e amanha... por que amanha pego a encomenda de uma plaquinha de porta e um cartaz de aniversariantes do mês com o tema fundo do mar de outra professora da mesma escola da minha Sophia, e quero ver se termino logo pra fazer umas coisas que quero em eva e nao tenho tempooooooooooooooooooooooo rsrsrs... beijokas e fiquem com DEUS

Dança em Cadeira de Rodas. A arte em movimento.

A dança em cadeira de rodas vem aumentando seu campo de trabalho e conquistando cada vez mais o seu espaço no meio social, através de manifestações artísticas. No Brasil teve início a partir de 1990, e atualmente é praticada por mais de 15 estados com participação aproximada de 200 dançarinos com deficiência física. A dança é uma forma de expressão e interação social. Qualquer um pode dançar, seja em pé ou usando uma cadeira de rodas.
A dança em cadeira de rodas pode ser desfrutada em diferentes estilos, por exemplo, dança de salão, Folk, ballet clássico ou moderno, entre outras. Existem também distintas modalidades, como a Dança Combinada (uma pessoa em cadeira de rodas dançando com uma pessoa sem deficiência), Dança em Dupla (duas pessoas em cadeira de rodas a dançar juntas), Dança de Grupo (grupos apenas de usuários de cadeira de rodas ou grupos mistos, com parceiros sem deficiência, em coreografias estruturadas ou livres) e Dança individual (a pessoa em cadeira de rodas sozinha).
Esta modalidade torna-se particularmente interessante pois não é praticada apenas por jovens ou adultos jovens, podendo ser também praticada pelos mais velhos. Desta forma, pode apresentar-se como uma forma óptima de inclusão dos deficientes em cadeira de rodas com mais idade.
A seleção brasileira de dança em cadeira de rodas disputou pela terceira vez em novembro de 2010 do Campeonato Mundial de Dança Esportiva em Cadeira de Rodas em Hannover na Alemanha. As duplas que ocuparam os lugares mais altos do pódio do nono campeonato brasileiro em julho de 2010 em Santos (SP), foram os representantes do país no mundial. A dupla carioca Viviane Pereira Macedo e Luiz Cláudio da Silva Passos, do IBDD, foi a campeã brasileira, e a dupla santista Adelina de Oliveira Perez e Alexandre de Aguiar Siqueira, da Secretaria Municipal de Cultura de Santos, vice-campeã na categoria cinco danças latinas.
Eliana Lúcia Ferreira, presidente da Confederação Brasileira de Dança em Cadeira de Rodas (CBDCR), disse que não tinha muita perspectiva de boas colocações, mas que a participação do Brasil fortaleceria a relação com os países europeus, que dominam a modalidade. Mais que isso, o Brasil teve voto e voz no fórum que discutiu as diretrizes da dança esportiva em cadeira de rodas no mundo e que foi realizado após a competição. “Pudemos enfim questionar alguns movimentos que são avaliados hoje no samba, que é o nosso ritmo”, completou Eliana.
Muitos são os benefícios que esta atividade pode trazer para a melhor qualidade de vida das pessoas com deficieência física, pois a dança é uma forma de expressão corporal, uma manifestação dos sentimentos, onde o contato com o seu próprio corpo é muito intenso, é uma descoberta do movimento pelo movimento, ou seja, através dele podemos nos comunicar com o público, em conjunto aos gestos, ao som, ao ritimo e aos deslocamentos.
Também vem trazer benefícios para a saúde física, proporcionando, melhora nas capacidades físicas e das condições organo-funcional (aparelho circulatório, respiratório, digestivo, reprodutor e excretor). Bem como, melhora a auto-etima, estimula a independência, a interação com outras pessoas, a experiência intensiva com suas possibilidades de limitações, a vivência de situações de sucesso, possibilitando a melhoria da auto-valorização e auto-confiança.

acetia

"tem alguma pessoas não sabi de nada não aceita pessoas cadeira de rodas. alguma pessoas olhar gentes ver como um bicho!"
nossos gentes são na cadeira de rodas não vamos liga para eles bichos são eles

Pessoas em cadeiras de rodas também fazem sexo

A personagem Luciana, da novela "Viver a Vida", está redescobrindo sua sexualidade após o acidente que a deixou tetraplégica. No capítulo de quinta-feira (15), foi ao ar a tão esperada cena de sexo com seu namorado, o médico Miguel.



A relação entre Luciana e Miguel confirma algo sabido entre especialistas e cadeirantes, mas ignorado ou desconhecido do público em geral: pessoas em cadeiras de rodas também fazem sexo. "Não tenho uma paciente que não tenha vida sexual. Uma limitação psicológica é muito mais importante do que uma limitação física na hora de fazer sexo", afirma a médica Miriam Waligora, coordenadora do programa de atendimento médico à pessoa com mobilidade reduzida do Hospital Maternidade Vila Nova Cachoeirinha, em São Paulo.


"A sensibilidade nos órgãos genitais é afetada nas pessoas com lesão medular, mas a sexualidade envolve todo um contexto. O corpo muda, outras zonas ficam mais sensíveis", completa o médico Cristiano Milani, vice-coordenador do Departamento de Atenção Neurológica e Neurorreabilitação da Academia Brasileira de Neurologia.




É importante destacar que cada pessoa tem um tipo de lesão e desenvolve um jeito de sentir prazer. "Cada caso é um caso, a pessoa tem sensibilidade em outras partes. Se não sente em um lugar, sente em outro", diz Waligora. Isso não chega a ser uma barreira, explica o jornalista cadeirante da Folha de S. Paulo Jairo Marques , autor do blog Assim como Você. "As pessoas são curiosas, cada um acaba descobrindo sua forma de fazer sexo".




Simone Menegotto, que sofreu um acidente de carro quando tinha 21 anos e ficou tetraplégica, conta que a sexualidade nunca foi tabu depois da lesão. Ela reencontrou um ex-namorado logo depois do acidente e foi com ele sua segunda "primeira vez". "Eu ainda usava traqueotomia e fralda, mas não fiquei com vergonha. Éramos íntimos".


"A minha sensibilidade ficou 95% normal, sinto todo corpo desde o dedinho do pé, mas claro que a gente vai descobrindo novas áreas, onde é mais excitante, posições diferentes", explica Simone, que está grávida de cinco meses de um menino.




Aldrey Laufer também se acidentou com 21 anos e também foi um ex-namorado que a fez pensar em sexo novamente. "Está tudo na cabeça. Não vou falar que é igual antes, temos limitações de movimentos, mas a gente se adapta", conta. "A gente sente prazer, sente vontade. A sensibilidade é diferente, sinto um pouco a perna e a região genital. Mas sou casada há 18 anos, tenho uma vida sexual ativa e uma filha de 15 anos".



Diferenças entre os sexos




Para Milani, a sexualidade é mais fácil de ser retomada na mulher porque a sensibilidade na área genital não é tão necessária quanto para o homem. A mama e pescoço ganham importância como zonas de prazer. "A mulher é mais voltada para o mental, pode sentir orgasmo com estimulação em outras partes. O homem com lesão demora mais tempo para desenvolver outras áreas", explica o médico, que acrescenta que em alguns casos há perda total de sensibilidade.




A mulher cadeirante tem menos fluídos sexuais e tem mais chances de ter infecção urinária, fatores que podem atrapalhar o ato sexual. O sistema reprodutor feminino leva algum tempo, no máximo um ano, para voltar ao normal. No início, há um choque do organismo, a mulher pode parar de menstruar por queda hormonal e o útero se contrai. Mas depois o organismo se readapta e a mulher pode inclusive engravidar, como aconteceu tanto com Simone quanto com Aldrey.



Nos homens, lesões medulares não comprometem a fertilidade, mas normalmente impedem o controle da ereção, que ocorre de maneira espontânea. "A sexualidade para os homens é uma questão importante. Quando ele perde o controle voluntário da ereção, ele não se sente mais homem. É difícil ele entender que tem sexualidade", continua.




Nas pessoas com lesão medular, os chamados arcos-reflexo, movimentos controlados pela medula sem interferência do cérebro, ficam desgovernados por um tempo, logo após o trauma, já que a medula foi afetada. Acontecem espasmos de contração automática que podem provocar a ereção ou a dobra do joelho, por exemplo.




"Como ainda tinha ereção, fazia sexo nos primeiros meses, mas tinha sensibilidade quase nula na área", conta Alessandro Fernandes, vítima de um acidente de moto em 2006 que o deixou paraplégico. "Fui explorando o que funcionava em mim, fiquei com mais sensibilidade em outras partes, como os mamilos. Hoje, já tenho mais sensibilidade na hora da penetração".




Em pelo menos 70% dos casos, o homem perde a sensibilidade para chegar ao orgasmo; e, em mais de 95%, ele não consegue ejacular voluntariamente, segundo o médico. Para os homens que não conseguem ter ereções, próteses e medicações são os métodos mais utilizados. "Mas ele não vai conseguir sentir prazer, é mais o motor, para dar prazer para a parceira e assim também sentir prazer", relata Milani.

Homens com lesão medular necessitam de estimulação excessiva para ejacular


Apenas 5% dos homens com lesão medular conseguem ter ejaculação espontânea. É preciso estimulação excessiva da próstata e da vesícula seminal com pequenos choques elétricos ou bombas de sucção a vácuo.

Estes métodos são utilizados principalmente na obtenção de espermatozoides para uso em inseminação. "Faço estimulação com massageador, mas ainda não consegui ejacular", conta Alessandro Fernandes, que está tentando engravidar a namorada Giordana.

O neurologista Cristiano Milani destaca que o cadeirante e sua companheira podem tentar fazer alguns destes procedimentos em casa e injetar o esperma na mulher com uma seringa. Porém, ele lembra que em alguns casos é necessário enriquecer o espermatozoide porque a produção fica debilitada por não ser constante.