segunda-feira, 18 de junho de 2012

Pulmão de Aço O que você faria se sofresse de paralisia do pescoço para baixo desde a infância, morasse em um hospital e visse seus pais no máximo duas vezes por ano? E se durante muito tempo seu único contato com o mundo exterior fosse por meio de um aparelho de TV? Como reagiria caso ouvisse os médicos que cuidam de você dizer que não sobreviveria à adolescência? Muitos iriam se entregar. Eliana Zagui decidiu viver.
Vítima de poliomielite por volta dos dois anos de idade, Eliana chegou ao Hospital das Clínicas de São Paulo em janeiro de 1976. Depois de dois dias vagando em busca de um diagnóstico em hospitais do interior, seus pais ouviram que a menina contraíra paralisia e tinha pouco tempo de vida. Sem recursos, foram salvos pela dedicação de uma enfermeira e pela carona de um fazendeiro generoso.
A viagem até São Paulo, feita às pressas, foi incapaz de compensar o tempo perdido. O vírus da pólio havia comprometido a musculatura de Eliana do pescoço aos pés. O diafragma também fora afetado. Ela foi levada ao pulmão de aço, máquina que exerce pressão negativa sobre o tórax para facilitar a respiração. O resultado, insatisfatório, condenou Eliana a usar o respirador artificial para sempre. A UTI do Instituto de Ortopedia e Traumatologia tornou-se sua casa desde então

Eliana Zagui causa surpresa e emoção em livro

Eliana Zagui
Eliana Zagui na Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação



SÃO PAULO – Aos 38 anos de idade, 36 chamando de “casa” a UTI do Hospital das Clínicas de São Paulo, a artista plástica Eliana Zagui abre seus diários – escritos com a boca – e coloca a corajosa história de vida nas páginas do livro “Pulmão de Aço” (Belaletra Editora).

A autora, que tem paralisia do pescoço aos pés, por consequência das sequelas da poliomielite, tem saído do hospital com sua maca e emocionado brasileiros de todas as partes. Na semana passada, Eliana Zagui, juntamente com seus editores, esteve na XI Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação (Reatech 2012), onde era aguardada por vários participantes que se emocionaram com os relatos no livro recém-lançado. Nessa rara oportunidade de sair do hospital, ela posou para fotos, deu atenção aos fãs e observou os estandes da Feira, sempre em cima da cama com rodinhas e auxiliada pelo respirador artificial. Sem se abater. Olhar sempre doce e sorriso idem.

A respeito dos momentos de fama, Eliana Zagui observa que está tento uma mudança radical na vida. “É bom conhecer o novo. Tenho que continuar. Perdoar é um exercício diário. É procurar conhecer e entender o outro. Isso dá alívio. O que me dá mais alegria hoje é a fé em Deus”.

Ela gosta de ler e ver filmes, mas nada de novelas. O filme predileto é “Dirty Dancing” (“Dança comigo”), com o ator Patrick Swayze. “É lindo. Pena que ele morreu”, lamenta, sobre a morte do ator, em 2009, depois da batalha contra o câncer.

O título forte do livro remete aos primeiros anos de internação. Com a paralisia, Eliana era quase incapaz de respirar. O equipamento chamado pulmão de aço, hoje fora de uso nas terapias médicas, foi a solução mais que traumática. Ela conta no livro: “O doente é colocado no aparelho, semelhante a um forno, ficando somente com a cabeça para fora. A máquina, ligada a um motor elétrico, exerce pressão negativa sobre o corpo, expandindo a caixa torácica e forçando a entrada de ar”.

Ilustração HD


Natural de Guariba, no interior de São Paulo, Eliana chegou ao Hospital das Clínicas aos dois anos de idade, depois de peregrinação dos pais por hospitais. Com o diagnóstico tardio de poliomielite chegaram também as primeiras sequelas, motivo pelo qual passou a morar em uma UTI. Os pais vivem na mesma cidade, e Eliana, por quase 40 anos, foi raríssimas vezes ao encontro deles.

Erradicada no Brasil em 1989, a poliomielite é uma doença causada por vírus e transmitida por meio do contato direto com secreções de pessoas infectadas. Com a manifestação da doença, ocorre a paralisia muscular e os membros, sem estímulos, vão definhando.

Com os poucos movimentos restantes e perseverança de sobra, Eliana aprendeu a ler e a escrever. Ela concluiu o ensino médio, aprendeu idiomas. Agora, sonha cursar Psicologia on line.

Com uma palheta na boca, ela escreve com belo letreiro, pinta, usa o celular e o computador. “Escrevia com a boca como um desabafo no caderno”, diz Eliana Zagui.

Ela divide o quarto da UTI com o “verdadeiro e eterno irmão”, o também interno Paulo Henrique Machado, 44 anos, que chegou ao hospital no início dos anos 1970, diagnosticado com a mesma enfermidade.

Ambos são sobreviventes e considerados um dos moradores de hospitais mais antigos do Brasil, conforme conclusões de pesquisas realizadas pelos editores do livro. A história de Paulo Henrique é contada por Eliana em um dos capítulos.

O livro, que pode ser comprado no site www.belaletra.com.br, começa a ser distribuído em grandes livrarias. A ideia de publicá-lo veio dos próprios editores, os jornalistas Ana Landi e Eduardo Belo.

“Há três anos, vi uma reportagem sobre os mais antigos moradores de UTI do Brasil, em um programa de TV, e nele estava o depoimento da Eliana”, conta Ana Landi.

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Pacientes de poliomielite mostram superação no Domingão


Entre 1955 e o final da década de 70, 5.789 crianças vítimas de poliomielite foram internadas no Hospital das Clinicas em São Paulo. Sete delas, atingidas com mais severidade, ficavam lado a lado Na UTI. Elas se tornaram uma grande família.
Com o passar dos anos, quase todos faleceram e só sobreviveram a artista plástica Eliana Zagui, hoje com 38 anos, e Paulo Henrique Machado, designer gráfico, 44 anos. Quase 40 anos depois eles ainda vivem na UTI do Instituto de ortopedia e Traumatologia do HC e dividem o mesmo quarto.
Em um Domingão Especial de Natal, exibido no dia 21 de Dezembro de 1997, Faustão realizou um link ao vivo de dentro da UTI do Hospital das Clínicas de São Paulo. O apresentador conversou e brincou com Eliana e Paulo. Na época, Faustão mostrou o exemplo de superação dos dois.
Quinze anos depois, a dupla participa novamente do programa. A grande novidade é que Eliana lançou um livro, chamado "Pulmão de Aço". Confira todos os detalhes no vídeo!

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Entrada do Rio Othon Palace
No último fim de semana tive duas árduas tarefas: ir um casamento no sábado e um aniversário no domingo no Rio de Janeiro. O drama na hora de um cadeirante viajar é sempre a busca pelo melhor hotel, ou melhor, pelo hotel com quarto bem adaptado, que tenha as medidas adequadas e os equipamentos necessários a uma boa estada.
Costumo procurar hotéis adaptados pelo site Booking.com, que permite selecionar somente hotéis com quarto adaptado depois de escolhida a cidade. Depois que faço a seleção e identifico um hotel bem localizado (mais próximo de onde vou ou de pontos turísticos) e com bom preço, ligo para lá e busco mais informações sobre a estrutura do quarto adaptado focando, principalmente, no banheiro. E nele que são dadas as maiores mancadas pelos hotéis, como o Tryp de Brasília, que me causou um queda.
Fiz a costumeira pesquisa e tive uma grata surpresa. Um hotel cinco estrelas, o Rio Othon Palace, estava com preços promocionais. Mais barato do que hotéis inferiores. Como nunca havia ido lá, liguei para saber como eram as adaptações e se o hotel fornecia cadeira de banho para deficiente. Falei com essas palavras e o atendente me disse que sim, havia cadeira de banho adequada. Sendo assim, reservamos.
A rampa na entrada tem boa inclinação
Fomos no sábado e chegamos no hotel por volta de duas e meia, mas o check-in só poderia ser feito às 15hs. Tudo bem, é regra, mas poderiam abrir uma exceção para um cadeirante quebrado de viagem. Pelo menos o hall do hotel tem sofás confortáveis, apesar de baixos, mas não atrapalha a transferência. Nos chamaram e subimos para o quarto 804.
Essa cadeira NÃO é para cadeirantes
Chegando ao quarto, fui direto para o banheiro conferir a cadeira. E mais uma vez fiquei decepcionado: a cadeira não é adequada para cadeirantes. É uma cadeira para idosos, que podem se levantar e sentar nele, igual ao do hotel de Brasília. Mas como eu estava com a Gi, nem reclamei, pois ela poderia me ajudar nas transferências. Porém, fica a dica, gerentes e proprietários de hotel: essa cadeira NÃO é adequada para cadeirantes. Nós precisamos escorregar a bunda até a cadeira, por isso o braço DEVE ser removível. O correto, correto mesmo, seria e adquirir uma cadeira de banho com rodas grandes, que permitem ao deficiente se locomover sozinho. Outra coisa, o banheiro tem um pequeno degrau, que é facilmente superado com uma cadeira de rodas, mas para aquela cadeira de banho de rodas pequenas, torna-se um empecilho. Desnecessário. Mas fora esses "detalhes", o banheiro conta com muitas barras, chuveirinho e pia vazada.
Duas camas juntas e o interruptor de pedal ao fundo
Mas as decepções não acabaram aí. Tiveram que juntar duas camas de solteiro para dormirmos juntos, pois não há quarto de casal adaptado. Será que eles pensam que os deficientes sempre andam com um(a) ajudante, e não com o companheiero(a)? Bola fora. Mas o absurdo foi o mesmo encontrado no Tryp de Brasília: a luminária de canto fica muito no canto e o interruptor... é de pedal. Isso mesmo, acende quando a pessoa PISA no interruptor. Será possível que esses caras não percebem que um cadeirante não pisa??
Piscina com uma belíssima vista de Copacabana
Bem vou falar agora das coisas boas. O café da manhã é ótimo, com direito a vista do mar. O terraço, no 30º andar, tem uma bela piscina e uma vista espetacular. A comida do bar da piscina e do restaurante, é divina. Tomar um sol, ou uma cerveja no fim da tarde, é uma delícia! Aproveitamos bastante. Mas só recomendo se eles trocarem a cadeira de banho. E a luminária, claro.

Ontem fiz um passeio de handbike diferente: pelas ruas da cidade. Mas não corri risco no meio dos carros, aproveitei que fizeram uma ciclovia na Savassi, que começa bem perto do prédio que moro, e fui conhecê-la. E descobri que é maior e melhor do que eu imaginava.

Início da ciclovia, na Av. Prof. Morais

São 2,8 quilômetros, começa na Av. Prof. Morais, perto da Av. do Contorno, e acaba na Rua Piauí, esquina com Av. do Contorno. Portanto, atravessa a cidade de um lado ao outro. Para quem não sabe, a Av. do Contorno tem esse nome porque, quando foi construída, teve o objetivo de contornar toda a cidade de Belo Horizonte, dando uma volta completa e se fechando, como um anel. Só que ela ficou pequena demais para a cidade, que já tem outra avenida feita para circulá-la, o Anel Rodoviário, que também já foi ultrapassado há muito tempo.

A travessia da Afonso Pena demanda cuidado

A ciclovia ficou muito boa, bem sinalizada, com o chão todo pintado de verde, exceto nos cruzamentos, que foram pintados de vermelho. E o problema é justamente os cruzamentos. São muitos, e perigosos, principalmente o que atravessa a Avenida Afonso Pena. Mas para ajudar há sinais luminosos próprios para ciclistas, iguais aos de pedestre, e ficam verdes quando os semáforos estão fechados. Mas o tempo em que fica verde é meio curto às vezes, tem que atravessar logo.

Uma das muitas pracinhas do percurso

Na ida, é muito bom, pois a maior parte do percurso é descida. Mas na volta, tem que ter perna. Ou braço, se estiver numa handbike, como meu caso. O grande charme do percurso são as praças por onde a ciclovia passa. Em uma delas, a ciclovia dá a volta nos banquinhos, muito bacana. E como BH é uma cidade muito arborizada, as praças geralmente são cheias de sombra, super agradáveis. Se quiserem ver o trajeto da ciclovia, abaixo o link para o registro que fiz pelo RunKeeper, um aplicativo que roda no meu celular e acompanha tudo pelo GPS.

 

Por falar em celular, uma grande tragédia marcou meu passeio. Meu brinquedinho favorito, um Xperia X10, sofreu um terrível acidente: caiu do meu bolso e foi atropelado por um carro. Mas felizmente sobreviveu, com graves escoriações e traumas, mas vivo. Incrível como o aparelho é forte.


Tô sofrendo com meu menino quebrado...
Ainda funciona tudo, internet, jogos, aplicativos, mas a tela sofreu muito. Quebrou em vários lugares, mas o touchscreen foi preservado, e dá para ver quase tudo na tela. Agora vou levá-lo a um hospital, digo, assistência técnica, e ver o tamanho do prejú. Pelo menos está chegando o dia das crianças e posso pedir outro de presente!

Tiro em cadeira de rodas

Preparar, apontar, fogo!
- Nossa, será que alguém atirou em um cadeirante?
- Não, caro leitor, na verdade o tiro partiu de um cadeirante.
- Meu Deus, será que é um cadeirante bandido?
- Claro que não, prezado leitor. Imagina se o cara ia se aventurar a ser bandido em uma cadeira de rodas, como é que ele ia atirar e sair correndo?
A verdade é que o título se refere a mais um esporte sobre cadeira de rodas, o tiro esportivo adaptado. E o "esquecimento" da palavra esportivo no título foi para chamar a atenção e jogar um pouco de humor sobre esse assunto sério e importante: esporte adaptado. E a história de hoje vem de longe, lá de Boa Vista, capital de Roraima, no relato do meu amigo Luiz Otávio Seabra, um cara super ativo e animado. Tão animado que resolveu praticar tiro esportivo em cadeira de rodas. E já está participando de competições.

Mexe com ela pra você ver, mexe?
Os cadeirantes de lá ainda estão tentando engatar no esporte, já que não tem patrocínio, mas fecharam uma parceria com uma loja especializada em vendas de armas (caça e pesca, em geral) e seus associados tem descontos na compra das carabinas 4.5 (necessária para a prática do tiro esportivo). Eles estão tentando fechar uma parceria com o clube de tiro para isentar o pagamento da taxa de filiação à associação, que está no valor de R$ 150,00 (cento e cinquenta reais) anuais. Não há, no momento, patrocínio de outra instituição, mas o objetivo é fechar parcerias com diversas instituições que se interessem em 'comprar' a ideia de apoiar o Esporte Paraolímpico.
O torneio idealizado e organizado pelo Clube de Tiro Tiradentes - CTT foi intitulado de I TORNEIO DE CARABINA DE AR COMPRIMIDO DE RORAIMA, e na programação inicial (eram esperados 100 competidores) estava prevista também a modalidade tiro com carabina de calibre .22, porém, devido à presença em massa dos competidores (por volta de 200 competidores), o presidente tomou a decisão de realizar somente a competição de Carabina de Ar Comprimido.
Luiz Otávio curtindo a liderança na competição
A competição foi mista (homens e mulheres), os cadeirantes participaram com os novatos, que nunca atiraram, e adolescentes. O Luiz Otávio ficou em primeiro lugar na modalidade Tiro Sem Luneta, mas na humildade admite que atirou apoiado enquanto os outros dois participantes, Maria do Carmo e Reginaldo, atiraram sem apoio, dificultando muito mais sua precisão em decorrência do equilíbrio de tronco, pois, além de tentar mirar no alvo eles tinham que sustentar o peso da carabina (que não é leve, em média, uma carabina pesa de 2,5 a 3kg) e manter o equilíbrio de tronco. Na modalidade Paraolímpica participaram três pessoas com deficiência (paraplegia).
O objetivo do pessoal é transformar e desmistificar a mentalidade das pessoas em relação a nós - Pessoas com Deficiência (é essa a intenção com o Esporte Adaptado). Nós podemos fazer tudo, basta querermos, persistirmos e nos dedicar aos nossos objetivos. Lembrando que o esporte é muito benéfico para esse nicho, em especial, pois através dele, é trabalhada também a autoestima das pessoas.
Essa turma aí atira pra todo lado!
Para quem se interessar, algumas informações sobre o esporte:
Apesar de pouco divulgado no Brasil, o tiro esportivo estreou nos Jogos Paraolímpicos de Toronto, em 1976. As disputas acontecem entre homens, mulheres e nos confrontos entre ambos (mistos). No Brasil, a modalidade que é administrada pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), começou a ser praticada em 1997, no Centro de Reabilitação de Polícia Militar do Rio de Janeiro. No ano seguinte, o País foi representado pela primeira vez em um torneio internacional, realizado na cidade espanhola de Santander. Em 2002, o CPB investiu em clínicas da modalidade para sua difusão no Brasil. Os atiradores Carlos Strub, Cillas Viana e Walter Calixto conquistaram a medalha de bronze por equipe no Aberto de Apeldoorn, na Holanda, em 2003. Nos Jogos Paraolímpicos de Pequim (2008), houve a primeira participação de um atleta brasileiro na história dos Jogos com Carlos Garletti. O Comitê de Tiro Esportivo do Comitê Paraolímpico Internacional (IPC) é responsável por administrar a modalidade. As regras das competições têm apenas algumas adaptações. Pessoas amputadas, paraplégicas, tetraplégicas e com outras deficiências locomotoras podem competir tanto no masculino como no feminino.

Olha o estilo do atirador cadeirante!
Classificação:
O tiro utiliza um sistema de classificação funcional que permite que atletas com diferentes tipos de deficiência possam competir juntos, tanto no individual como por equipes. Dependendo das limitações existentes (grau de funcionalidade do tronco, equilíbrio sentado, força muscular, mobilidade de membros superiores e inferiores), e das habilidades que são requeridas no tiro, os atletas são divididos em três classes: SH1, SH2 e SH3. Mas as competições paraolímpicas incluem apenas as classes SH1 e SH2. A diferença básica entre SH1 e SH2 é que atletas da SH2 podem usar suporte especial para a arma, que obedecem às especificações do IPC. Os atletas da SH3 possuem debilitação visual.

A classificação do Tiro é dividida em três classes principais:

SH1: atiradores de pistola e rifle que não requerem suporte para a arma;

SH2: atiradores de rifle que não possuem habilidade para suportar o peso da arma com seus braços e precisam de um suporte para a arma;

SH3: atiradores de Rifle com deficiência visual.

Entrando na piscina

Antes de entrar, estudando o terreno
Como disse no post sobre a pousada de Macacos, vou mostrar aqui uma técnica que uso para entrar na piscina sozinho com segurança. Antes, porém, dois avisos: primeiro, consigo fazer o procedimento porque recuperei muitos movimentos após a lesão, tenho um ótimo controle de tronco e força nos braços. Portanto, se você não se sentir seguro, não tente fazer isso em casa! Segundo, você tem que prometer que não vai fazer nenhum comentário maldoso ou sacana sobre minha pança ligeiramente proeminente nas fotos.
Aproximei a espreguiçadeira da borda da piscina
Vamos ao passo a passo. Não é nada de outro mundo, mas tem que ser bem feito para não causar um acidente e piorar a situação já não tão boa do cadeirante. Começo aproximando uma espreguiçadeira da cadeira de rodas. A que usei na pousada é de alumínio, bem leve. Ah, e uma observação: as primeiras fotos estão "erradas", pois esqueci de deixar um espaço entre a espreguiçadeira e a borda da piscina, o que foi resolvido depois com a ajuda da Gi, que arrastou um pouco para trás a espreguiçadeira, comigo em cima, claro. O ideal é uns vinte a trinta centímetros, o suficiente para dar para sentar no chão.
Transferi para a espreguiçadeira
Após aproximar a espreguiçadeira e deixá-la a uns vinte centímetros da borda, é só fazer a transferência. O cuidado a ser tomado é com a estabilidade dela, e com a firmeza para se equilibrar em cima dela. A que usei era meio mole, por isso demorei uns minutos para pegar confiança.
Me aproximei da borda da espreguiçadeira
Depois de passar para a espreguiçadeira, eu coloquei as duas pernas na água e cheguei o corpo um pouco para frente. Em seguida, segurei firmemente nas laterais da espreguiçadeira e comecei a escorregar o corpo, vagarosamente, até encostar a bunda na beira da piscina.
Em seguida, sente na beira da piscina
E na sequência, segurei na borda da piscina e escorreguei o corpo para dentro da água. Pronto, já estava curtindo uma piscininha numa boa! Vidinha chata, né? Pena que é só de vez em quando... Nas fotos, eu estava na pousada de Macacos, mas já fiz processo semelhante na casa dos meus pais.
Depois de tanto esforço, relaxei por umas três horas...
Quanto ao processo de volta, é só imaginar os passos ao contrário. Foi assim que voltei para a cadeira, sozinho de novo. É mais difícil, pois a gente tem que erguer o corpo, e portanto fazer mais força. Mas não é impossível, garanto! Basta um pouco de força nos braços e equilíbrio. E um pouco de treinamento também, com alguém auxiliando, e depois a gente pega o jeito.
Vale muito a pena tentar, ainda mais para curtir um sol num fim de semana